Museu Augusto Casagrande: o que fazer em Criciúma

Por Daniela Almeida

Uma dentre tantas histórias que ouvimos dentro do Casarão da família Casagrande, hoje Museu Histórico e Geográfico Augusto Casagrande, em Criciúma, foi sobre a esposa de Augusto Casagrande, dona Cecília Darós. Ela adoeceu e, na época, seus familiares arrancaram todas as suas unhas e passaram um pau por cima dos dedos para tentar conter a infecção. A tentativa, porém, não deu certo e ela faleceu em seguida.

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Mas por que comecei este post com esta história mórbida? Porque esse sofrimento, aliado ao fato de que dona Cecília sofreu muito nas mãos de seu marido, me impressionou e marcou esta visita, que foi uma das várias que fizemos durante o Rota Sul.

O encontro de blogueiros aconteceu de 2 a 5 de novembro de 2017 em Criciúma e cidades vizinhas, como Nova Veneza, Orleans e Serra do Rio do Rastro.

| Você pode acompanhar tudo que fizemos por lá neste post: Diário de Bordo - Encontro Rota Sul em Santa Catarina

Aliás, por conta de tanto sofrimento, Dona Cecília era chamada de santa pelos vizinhos e, em sua homenagem, a rua onde fica o museu leva o seu nome.

Esta e outras tantas histórias sobre a família, que foi uma das primeiras no bairro, e sobre a colonização de Criciúma pode ser conhecida durante a visita ao Museu.

Ele está localizado na residência da família que foi o primeiro sobrado de alvenaria da cidade, construído pelo próprio Augusto Casagrande, em 1920, com características italianas.

Dentro da casa, ainda é possível ver detalhes da época, já que o casarão passou por uma restauração completa em 1978. Nesse processo, conseguiu-se inclusive resgatar e preservar as pinturas originais das paredes.

O acervo do Museu Augusto Casagrande é composto por cerca de 1,3 mil itens. Entre as peças em exposição, objetos de uso pessoal da família Casagrande, como móveis, roupas, sapatos, fotografias e documentos, e outros doados por pessoas da região e estudantes com intuito de resgatar e preservar a história da colonização em Criciúma.

Olha só essa xícara. Ela tem um buraquinho que, segundo o guia nos contou, era para não sujar o bigode de Augusto Casagrande.

Outros objetos típicos fazem parte do acervo do Museu, como: ferro de passar, guarda-roupa, máquina fotográfica lambe-lambe que fazia aquelas fotografias antigas, penico, cama, vitrola com discos de vinil, televisor, máquinas de escrever e de costuras, objetos sacros, malas, utensílios domésticos e até objetos de origem indígena, como uma urna funerária, onde os índios Carijós eram enterrados agachados.

O Museu é riquíssimo em história e um dos mais visitados de Criciúma. Tanto que, na restauração, um elevador para subir com cadeira de rodas no segundo andar e uma rampa foram construídos para ampliar o acesso ao casarão.

Quem foi Augusto Casagrande - Ele foi um italiano que, aos 20 anos, casou-se com a também italiana Cecília Daros, de 18. Juntos, eles construíram a casa onde viveram por vários anos e tiveram 15 filhos, que trabalhavam com o pai na olaria da família.

Dizem que Augusto foi quem fez o parto de todos os seus 15 filhos e era ele que, também, cortava os tecidos para que sua esposa fizesse as roupas para todos eles.

Augusto Casagrande morreu lúcido ao 95 anos, na cidade de Tubarão, onde tinha uma fazenda.

O Casarão foi deixado para os herdeiros que o doaram para a Prefeitura a fim de fazer um museu em homenagem ao avô e toda a família.

Museu Augusto Casagrande

Funciona: de segunda a sexta - das 8 às 12 horas e das 13 às 18 horas
Endereço: Rua Cecília Darós, 422 - Comerciario
Valor: gratuito
Telefone: +55 48 3445-8855


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