Um piriri quase estragou minha viagem para Natal

Se você precisar de indicações sobre as principais moitas de Natal e Pipa, no Rio Grande do Norte, eu poderei te passar com toda propriedade.

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Isso porque em nossa primeira vez no estado, passei por um perrengue tremendo - e perrengue pode ser traduzido por piriri dos bravos - que me forçou a procurar e testar as principais moitinhas das cidades.

Tudo por conta do Natal (não a cidade. A festa familiar). Certamente algumas daquelas gostosuras da ceia não estavam tão gostosas assim e fizeram um "pequeno grande" revertério nas minhas vísceras. Não teriam muitos problemas se nossa viagem para Natal (a cidade) não estivesse marcada para o dia seguinte à tradicional comemoração.

E tudo começou ali mesmo, dentro do avião. A poucos minutos da aterrissagem. O piloto já tinha solicitado que prendêssemos os cintos de segurança, pois estávamos chegando. Mas minha querida barriguinha não queria saber se estava chegando ou não. Ela só queria poder empurrar para fora o peru, a maionese e a farofa comidos na ceia natalina.

E ainda bem que a bondosa aeromoça permitiu que eu fosse até o banheiro (que, aliás, eu não gosto de ir de forma alguma, pois tenho medo de avião e prefiro ficar sentadinha na poltrona).

Ali, naquele espaço apertado, com medo do avião aterrizar, tudo foi para fora.

Com o alívio momentâneo, pensei que o problema (digo, piriri), estava resolvido. Que doce ilusão! Ele estava apenas começando.

Desde que coloquei os pés em terras potiguares não tive sossego. Passeio pela orla? Um olho no mar e outro a procura de um banheiro nas lojinhas. Um bate e volta à praia da Pipa? Tempo para parada nas principais moitinhas da estrada. E, neste caso, ainda ter que passar pelo constrangimento de informar ao motorista da van do passeio sobre a situação para que ele pudesse ter compaixão da minha pessoa kkk.

E a coisa estava ficando tão feia que tive que passar umas boas quatro ou cinco horas esperando atendimento no hospital lotado para tomar alguns frascos de soro que não resolveram o meu probleminha. Aliás, a enfermeira estava mais para açougueira porque ela abriu demais o vidro de soro e me deu até tremedeira.

Final da história? Uma alma caridosa, um funcionário do bar do hotel em que estávamos hospedadas, fez para mim uma jarra de suco de limão com um pouquinho de água, dizendo que era um remédio "tiro e queda" contra o piriri.

Realmente, depois de três copos cheios do líquido azedo, foi como jogar água no fogo. Instantâneo. #ficaadica.

E, enfim, depois de quatro dias sofrendo com esse piriri dos bravos, eu pude aproveitar o restante das minhas férias em Natal, visitando outros atrativos que não as moitinhas potiguares.

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